Estamos em 2020, muitas tecnologias que jamais havíamos imaginado estão ganhando vida e existem planos reais, com preparações já em andamento, para que, por exemplo, nas próximas décadas tentemos colonizar Marte! O futuro é algo sempre surpreendente, não é mesmo?

Infelizmente, como bem sabemos, nem tudo são rosas. Sem entrar no espinhoso campo de questões geopolíticas, sociais ou culturais, é fácil de perceber que a tecnologia pode ser usada para fins não tão… nobres.

Deepfake – “Deep Learning” + “Fake”

É daí que vem o nome de mais essa ameaça cibernética a nos acometer, mas ela não surgiu como algo ruim inicialmente, mas sim como uma pesquisa incauta no meio acadêmico. Essa tecnologia já vem sendo estudada e desenvolvida há um bom tempo, com seu primeiro programa funcional, o Video Rewrite, lançado lá em 1997.

Ao longo dos anos a tecnologia foi sendo desenvolvida no meio acadêmico, onde eram criados programas que se usavam de Inteligência Artificial (e é daí que vem o “Deep Learning” que faz parte do nome) para poder inserir rostos de pessoas em vídeos que elas não gravaram, ou recriar vozes para que eles digam coisas que jamais disseram, criando montagens falsas que podem chegar a ser muito difíceis de distinguir de um material verdadeiro à primeira vista.

Por exemplo, pesquisadores já chegaram até a desenvolver um programa capaz de criar essas montagens com o corpo inteiro, embora esse aplicativo em questão seja focado exclusivamente em dança. Era a chance de permitir às pessoas fingir dançar tão bem quanto o Michael Jackson ou o John Travolta.

A verdade é que os limites do Deepfake ainda estão sendo explorados, mas basicamente essa tecnologia serve para você criar montagens, seja mudando rostos, corpos inteiros ou até vozes, e é fácil de ver como isso também pode ser usado para fazer o mal nos tempos em que vivemos.

O Deepfake chega ao mundo

Eis que, no final de 2017, o Deepfake foi finalmente batizado com esse nome. Isso ocorreu  lá no Reddit, onde usuários passaram a postar vídeos falsos com rostos de celebridades (muitas vezes não dos mais… politicamente corretos), coisa que estava sendo feita ao se usar desse tipo de tecnologia.

Assim, poderíamos dizer, nascia para o público em geral essa tecnologia vaga e cheia de possibilidades. Ainda hoje é possível encontrar grupos de Deepfake dentro do Reddit, dos mais variados tipos. Embora eles costumem ter fins pornográficos ou humorísticos, o seu potencial para o caos preocupa a muitos…

…mas talvez não a todos. Existem empresas que desenvolveram comercialmente softwares de Deepfake, é o caso, por exemplo, do FakeApp, aplicativo lançado no começo de 2018 que permite a seus usuários criar e compartilhar vídeos trocando seus rostos pelos de outras pessoas facilmente.

Um outro grande exemplo disso é o aplicativo Zao, criado para celular pela empresa Momo. Com ele você pode colocar o seu rosto em shows de TV ou filmes, e tudo de que você precisa para isso é uma só foto!

Ainda existem outros exemplos, mas já dá para ter uma ideia da tendência, né?

Preocupações

Essa tecnologia carrega consigo uma grande complicação ética, afinal de contas, um dos seus principais usos é justamente o de fazer montagens falsas, que podem ser usadas inocentemente ou não. Nem todo mundo está planejando fazer um filme novo do Star Wars com uma versão mais jovem de algum ator ou até com algum já falecido.

Além do grande potencial para difamação social que essa tecnologia trás, o que nas circunstâncias certas pode até chegar a arruinar a vida de uma pessoa, existem outros problemas ainda maiores. Um deles é a possibilidade que isso abre para golpes em empresas. Outro, provavelmente o mais preocupante de todos, é o da manipulação política e como isso pode ameaçar tanto governos quanto sistemas democráticos.

No caso das empresas existem novos golpes sendo orquestrados. Ladrões estão usando o Deepfake para enganar empresas e funcionários a mandarem dinheiro para eles. Isso geralmente é feito através da imitação da voz de um chefe ou outra figura com autoridade na instituição, então é importante disseminar essa informação para evitar mais ocorrências do tipo.

Já no caso político também temos exemplos concretos desse tipo de uso inapropriado da tecnologia. Um deles é o caso dos presidenciáveis argentinos, no final de 2019. Outro, que viralizou na internet, foi o de um vídeo falso em que Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, supostamente estaria ofendendo o atual presidente, Donald Trump.

De olho nisso tudo que vem acontecendo e preocupado com a disseminação desse tipo de vídeo, o Facebook anunciou recentemente que vai remover todo o conteúdo com manipulações que não sejam aparentes e que possa parecer autêntico, num esforço para tentar livrar a rede social dos Deepfakes.

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Agora, não é apenas o Facebook que deve ficar atento a isso. Resta a nós também acompanhar os próximos desenvolvimentos dessa tecnologia, tanto para saber do que ela pode nos oferecer como ferramenta quanto aos usos mal intencionados que invariavelmente surgirão no seu encalço.

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